2007/04/23

 

Uma exorbitância!

No passado dia 23 de Março, tive conhecimento na reunião de Câmara, através de uma informação escrita apresentada pelo Vice-Presidente da Cãmara, que o Presidente assinara com os Proprietários da Casa da Ínsua um Contrato de Promessa de Compra de Venda de um terreno rústico, cuja finalidade era a integração na Zona Industrial do Servum (o Servum localiza-se na saída de Penalva para Mangualde, por detrás da casa do Sr. Dimas Pedro, em frente da chamada Vinha do Claro. De facto, a Zona Industrial prevista, inicia-se cerca de 1000 metros antes abrangendo uma área de cerca de 12/15 hectares). A casa da Ínsua, possuía, já no limite terminal da Zona Industrial, uma vinha com cerca de 20.000 m2, vinha essa sem produção, restando apenas o terreno sem qualquer tipo de utilização agrícola, neste momento.
Fui informado que a Câmara iria pagar 144.000 euros (quase 29.000 contos) por esse terreno rústico, o que achei manifestamente exagerado, dado que ainda hoje, 1 hectare de boa vinha, bem exposta e em plena produção, adquire-se por cerca de 4.500/5.000 contos. Ora, o que a Câmara se propunha pagar, eram 14.000 contos o hectare num terreno improdutivo, de momento, e, classificado como apenas podendo ser utilizado para a Zona Industrial, o que, em termos práticos, o desvaloriza dadas as condicionantes do PDM (Plano Director Municipal). Este terreno encontra-se afastado da estrada o que o desvaloriza ainda mais. Manifestei a minha discordância, mas dado que o Presidente da Câmara estava para os Estados Unidos, deixei para uma oportunidade da sua presença, para lhe pedir mais informações.
No passado dia 13, na 1ª reunião do mês de Abril, voltei com o assunto à discussão e pedi-lhe que me explicasse os motivos de uma compra por valores tão exagerados, na minha opinião e me desse a conhecer o método usado na avaliação, tanto mais que me estava a ser dado conhecimento documentalmente, nesse momento, que esse valor fora já pago aos proprietários.
Fiquei a saber que o terreno não tinha sido avaliado por nenhuma comissão e que a atribuição daqueles valores de devia, por comparação, ao preço pago por um particular num terreno de área mais ou menos idêntica, naquela zona.
Para mim, é líquido que o valor que um particular paga por aquilo que compra apenas a ele e ao vendedor diz respeito. Os contratos entre particulares não podem de servir de bitola para que uma entidade pública cujo fim é o desenvolvimento público utilize dinheiros públicos de uma forma irresponsável.
A Câmara não pode ser a causadora de especulação, sobretudo numa área onde a sua intervenção deverá ser também prioritária: aquisição de terrenos para a instalação de indústrias.
Na verdade, e depois de consultar algumas pessoas ligadas à agricultura e a outras conhecedoras do valor dos terrenos na nossa região, o maior valor que ouvi, para a compra daquele terreno, foi e 3.000 contos o hectare.
Ao contrário do que se possa pensar, apoio a compra de terrenos para os fins pretendidos, o que não concordo é com os valores pagos, que acho uma exorbitância.

Comments:
Isso já é o costume.
Peça os processos da compra pela CM de duas casas na Ribeira em 2006 para alargamento da via pública.
Verá a descripância entre o alor pago pelo m2 de cada uma.
 
A proposito, seria interessante publicar todos os comentários menos abonatórios, e não somente aqueles que lambem as botas!

Ass. 20%
 
Ja há um caminho nomeu blog (www.euviassim.blogspot.com) para o seu. Chama-se "Gabriel o pensador".
Gosto muito de frontalidade. Gostaria um dia de ser autarca em penlava, confesso, mas de segundo ou outro plano. Entre tantos incapazes, seria util, creio.
Mas a minha escola de poder local foi em casa e consigo, logo suspeita. Mas nao há visao que permita entender as reais capacidades do concelho, as suas gentes.
Obrigado por tornar publico o perigosamente clandestino.
Castendo, pura e dinamica!
 
Caro Paulo:
Esta terra necessita de todos os que se sentirem capazes de fazer alguma coisa por ela, mesmo por aqueles, que não sendo de cá, têm com ela uma forte ligação afectiva. Todos não seremos muitos para governar esta nau que, lentamente, vai adornando à espera do naufrágio que se antevê.
Escreve sempre.
Um abraço
 
www.avenida-castendo.blogspot.com
 
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