2006/03/21

 

QUE VERGONHA!!!

Hoje, o JORNAL DE NOTÍCIAS, publica, com chamada à primeira página, uma notícia sobre Penalva.
Que vergonha de notícia!
O título é: Património medieval arrasado com obras de saneamento. Depois, na página 23 e com fotografia tamanho gigante, vem a história que só nos envergonha.
Todos sabemos que na aldeia do Castelo de Penalva, junto ao morro próximo da igreja, está há muito referenciada uma zona de interesse arqueológico, a qual foi objecto de estudos por parte de especialistas da Universidade Católica de Viseu, cujos resultados foram dados à estampa num trabalho pago pela Associação Castro de Pena Alba, sedeada na aldeia e dirigida por naturais da freguesia.
Não há, portanto, razões para que as pessoas ligadas ao atentado praticado no local possam alegar desconhecimento da situação.
A história é muito mais surreal se a contarmos desde o início:
No passado dia 10 de Março, foi levado à reunião da Câmara um processo de loteamento urbano para o licenciamento de uma operação de loteamento-emparcelamento de um prédio rústico e três prédios urbanos, na povoação de Castelo de Penalva. Vinha acompanhado de um parecer positivo do técnico responsável e informava que o mesmo loteamento se destinava à construção de um edifício de equipamento social, que era, no fundo, para o Centro de Dia da freguesia do Castelo. Tive o cuidado de chamar a atenção para o facto da proximidade do morro e do seu interesse arqueológico, sugerindo mesmo outros lugares para a sua construção. O Vice-Presidente da Câmara, que é também dirigente da Associação Castro de Pena Alba e natural da freguesia, alegou dificuldades na aquisição de outros terrenos e informou que aqueles terrenos, que agora se pretendiam juntar num artigo só, já tinham sido comprados pelo Centro Social pelo que era ali que pretendiam construir o Centro de Dia. Abstive-me de votar favoravelmente a proposta apresentada e recomendei que envidassem esforços para que o Centro fosse construído noutro local, mesmo fora da aldeia do Castelo. A favor votaram o Presidente da Câmara e os três vereadores do PSD.
Com o pedido foi também apresentado um esboço da implantação do Centro de Dia. Pelo que vim depois a saber, este esboço tinha sido feito por um técnico da Câmara e que se prepara para fazer todo o projecto.
Ficam aqui algumas perguntas:
o que leva a Câmara a fazer o projecto? Que experiência tem o técnico para projectar o Centro de Dia? Quem mandou que fosse este técnico a fazer o projecto e porquê?
Esta é a parte que não vem na notícia do jornal.
Agora o que diz o jornal.
O padre e o Presidente da Junta de Freguesia são acusados "de terem destruído parte de uma necrópole de sepulturas antropomórficas cavadas na rocha, nos séculos XII/XIII, e de arrasarem uma estrutura defensiva amuralhada, localizadas no adro da igreja local". "A destruição terá sido causada pelas obras de saneamento do futuro lar de idosos que a paróquia vai construir nas imediações do templo..."
Contactado pelo jornalista, o Presidente da Junta de Freguesia nega todas as acusações mas admite "ter sido deslocada uma sepultura e abertas valas para o saneamento do futuro lar de idosos da aldeia".
Não foi possivel, ao jornalista, chegar à fala com o padre.
Diz-se que pela boca morre o peixe. Pelo que se lê na notícia, o Presidente da Junta de Freguesia, confirma o crime de vandalização de património quando admite que alteraram a localização de uma sepultura. E confirma mais: confirma que iniciou uma obra ilegalmente pois não está aprovado qualquer projecto do Centro de Dia. (Isto para mim não é novidade pois encontram-se construídas e em construção dezenas de edificações que não possuem licença).
O Vice Presidente da Câmara e o Vereador do Património tiveram conhecimento das obras e o que fizeram? NADA.
O Vice-Presidente da Câmara é natural da freguesia e patrocinou os estudos e a publicação dos mesmos sobre aquele local. Sabia que não era possível iniciar as obras sem licença camarária, e, sobretudo, sem a aprovação do IPPAR (Instituto Português do Património e Arqueologia). O vereador do Património não foi capaz de ter força ou foi mandado calar? Se assim vai continuar, estamos mal.
Já agora, onde param as peças retiradas do local?
O Presidente da Câmara desconhecia, como sempre, o que se passava (diz ele). Que vai averiguar, diz. Será que vai enviar uma queixa para o Ministério Público por vandalização do património arqueológico? Duvido, mas espero que o faça.
O local foi objecto de estudos e material para a tese de mestrado do Sr. Dr. Jorge Adolfo, professor de História na Universidade Católica de Viseu e é das pessoas, juntamente com o professor Dr. Inês Vaz, que mais sabe e melhor conhece o local. Espero a todo o momento que o jornalista colha a sua opinião ou que publicamente se manifeste contra este crime.
Esta é a nossa vergonha. Se não se respeita o passado como queremos construir o futuro?
Que estará por detrás de tudo isto: um Presidente da Câmara que desconhece os factos, um Vice Presidente que olha para o lado e não impede a vandalização, um vereador do Património que se cala (ou é mandado calar), um Presidente da Junta que legitimiza um crime contra o património e um padre que não actua na defesa da história e do passado da sua paróquia.

Comments:
De facto não se percebe como um técnico dá um parecer em total desrespeito pela lei. Deveria esta operação estar condicionado a estudo prévio arqueológico, de forma que a tutela, neste caso o Instituto Português de Arqueologia, e não o IPPAR por se tratar de património não classificado, poder se pronunciar sobre as medida de minimização de impactos a tomar durante a fase de obra.
Por outro lado é estranho que a Câmara consinta mais outro atentado ao património. Já teve tempo de ver o património do concelho como um todo e proceder de acordo com as necessidades de cada caso.
Para quando a classificação do mosteiro de santo sepulcro, da ponte do castelo, da ponte dos trancoselos, do castelo de penalva, entre outros valores históricos.
Não me venham dizer que os processos estãono IPPAR.
pois com a actual legislação uma Câmara Municipal pode classificar um imóvel, um sítio ou um conjunto em menos de um ano, assim o queira e o IPPAR não se pronuncie em caso contrário. O silencio do IPPAR é sempre igual a parecer positivo.
E é triste as declarações de um eleito local que afirma ter patricado actos que violam as leis da Republica Portuguesa!
Sabemos que o Instituto Português de Aqueologia já ali esteve, assim como nós, esperemos que accione os mecanismos legais ao seu alcance.
Pedro Pina Nóbrega
Arqueólogo/Historiador
 
Bem apanhado este artigo!
Se não me engano, este é o mesmo Presidente da Junta de Freguesia que em 1993, também com o actual Presidente da Câmara, destruíu a Estrada Romana que estava situada junto à Ponte do Castelo, na margem esquerda, no caminho que desce da aldeia para o rio Dão. Os crimes contra o Património são já um hábito deste (i)responsável da Junta de Feguesia do Castelo de Penalva.
 
Ao ler este texto, fiquei preocupado pelo maneira como as coisas são tratadas no nosso concelho.

O desrespeito sobre o património artístico, cultural, (...); é na minha opião lesivo não só para os penalvenses, como qualquer cidadão nacional, para não falar a nível mundial.

Porquê é que, uma vez destruído parte desse património, esses fragmentos desapareceram, em vez, de serem conservados num local apropriado? Será aqui, mais um agravante deste acto de vandalismo (desrespeito), (...)!
 
Negócio dos Conventos:-----------------------------------------------------------------------------------1º Outorgante - Temos o Padre do Castelo de Penalva, que não presta declarações;----------------------------------------------------------2º Outorgante - O nosso brilhante Dr. Carlos(Teólogo), amigo de (...) primeiro Outorgante---------------------------------------------3º Outorgante - O Vereador com o Pelouro do Património, Luís Gonçalves, que não fala, pois é castigado pelo menino Jesus---------------------------------------------------------(...)---------------------------------------------------

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A vergonha é tremenda. Mas os penalvenses so têem aquilo que merecem.
Já agora porque é que não mandam a igreja da Misericórdia e a Casa da Insua abaixo???
E o belo mamarracho da casa do Presidente da Câmara?? Essa sim digna de classificação como o Neo Parolismo absoluto!!
 
Senhor Gabriel:

Através deste meio, venho dar-lhe os meus sinceros parabéns, por esta sua página e pelos assuntos em questão.
Fui sempre um seu apoiante, além, de nas últimas eleições ter engolido um sapo e tive pena da sua estratégia que o levou a perda das eleições e nesse seguimento a uma perda do nosso concelho. Ficamos todos a perder.
Mas conte com o meu apoio para num momento próximo, criar-mos um movimento pelo nosso concelho. E penso que seria importante deixar o seu mail, que assim podia trocar coisas importantes com o Senhor e identificar-me. Um abro e quem não quer ser lobo não lhe veste a pêle, por isso devemos apoiar o nosso "amigo" GABRIEL.
 
EM TEMPOS QUANDO A SUA FAMILIA TINHAS UMA PEDREIRA FORRAM TB DESTRUIDAS PINTURAS RUPRESTES MAS NESSA ALTURA TALVES POSSAMOS DESCULPAR POIS A INFORMAÇAO ERA OUTRA , ATE FOI ENCONTRADO UM MACHADO DE PEDRA QUE VOCE O DEU PARA UM MUSEU PARA COIMBRA SALVO ERRO .
 
Para AVÔ CAVERNOSO
Pensei ter perdido o seu post e dei-lhe uma resposta no local errado. Veja, por favor, no meu texto "PATRIMÓNIO, QUEM O DEFENDE"
 
Para AVÔ CAVERNOSO
Quanto ao outro post, não o publiquei porque não quero alargar este blog a esse tipo de discussão. Tanto quanto sei a pessoa a que julgo referir-se, não entrou para o lugar que diz. Em relação a poder ou não ser admitido pelos motivos que invoca, julgo que não terá qualquer efeito dado que me diz ter acontecido (eu não sei se aconteceu, e se aconteceu, não sei os motivos) numa socieddae privada.
 
Sou um Penalvense como todos voces,nasci numa Aldeia deste Concelho em 1961 e ausenteime dessa bela terra á cerca de 10 anos,e só mudei a minha residencia á 2 anos.Durante estes anos sempre ferquentei a minha terra varias vezes tendo até fazer cerca de 600km (300+300)para tomar café com os amigos isto aos Domingo.Não escondo a tristeza de como ouço falar da terra que me viu nascer e por isso queria deixar aqui a minha sugestão.
Desde o tempo do senhor á qual eu fiz campanha que se aí estivesse voltaria a fazela por sisem nunca me envergonhar de o fazer pelo contrario sentia orgulho,deixe-me dizer talvez o senhor se juntasse a algumas pessoas menos boas mas é a nossa vida;outros antes e depois do senhor fizeram coisas boas e más sempre foram criticados e serão sempre.
Será que o defeito será sempre do Presidente?
Será que o povo não tem culpas!
Permitame que o trate por Gabriel:sabe o senhor que as pessoas por interesse fazem qualqer coisa para nos difamar,hoje temos grandes sistemas de reciclação de lixo,lixo esse que depois de reciclado volta a ter uso,mas se na escolha não for material de 1ª volta a ser lixo pouco tempo depois,sempre quis que toda essa gente mesmo depois de deixarem de ter uso fossem mantidas em boas condições,bem tratadas e guardadas mesmo estorvando,sempre nos fazem lembrar boas caisas e o prazer que nos deram enquanto uteis.
Para terminar e sem querer ofender ninguem quero dizer que muita gente do nosso concelho é lixo e que mesmo depois de reciclado não deixa de ser lixo porque enquanto bom o tempo util é muito pouco.
Não quero ficar no anonimato o meu nome é: Henrique Pereira muitos dos que acedem a esta pagina me conhecem.
Deixo-lhe aqui o meu E-mail se alguma vez me quizer contactar
hppiscinas@kanguru.pt
 
Caro Henrique Pereira:

Admiro-lhe a coragem pelo facto de permitir que este seu post seja publicado, dado que envia o seu mail.
Obrigado pela colaboração
 
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