2009/09/29

 

4 anos de atraso!

Com o final de mandato, que cumpri como Vereador independente eleito nas listas do Partido Socialista, chegou a altura de fazer um balanço, que é, ao mesmo tempo, uma opinião crítica do que foram os anos entre 2006 e 2010 no concelho de Penalva do Castelo.
Com uma maioria PSD/PP, cega e surda a outras ideias e propostas que não fossem as suas, mesmo que enfermas de males de análise e erros de projectos, este mandato foi de uma confrangedora apatia aos interesses do concelho. Na verdade, por muito que me esforce, não consigo vislumbrar qualquer estratégia que tivesse chegado a qualquer fim pretendido. Basta, aliás, voltar a ler as propostas eleitorais da maioria PSD/PP para, numa breve análise comparativa, se dar conta que este passeio de 4 anos do Presidente e Vereadores da maioria, nada trouxe de positivo para o concelho: a barragem dos Cantos ficou no papel; a Variante á vila voou sem deixar resto; o Julgado de Paz vai seguir o mesmo caminho; o PDM ficou adiado para as calendas; a recuperação urbanística dos arruamentos da vila teve direito aos piores projectos que algum dia foram adjudicados por esta Câmara, e, as obras, estão já degradadas por terem sido mal executadas, com os empreiteiros a serem protegidos, inexplicavelmente; a enormidade de dinheiro gasto na exploração de água de abastecimento público não teve continuidade na construção de uma estação de tratamento que evitasse a distribuição de água contaminada; as estações de tratamento de esgotos prometidas (Encoberta, Corga, Sezures, Antas, etc,) não foram construídas e a de Penalva do Castelo funciona deficientemente; as zonas industriais, não arrancaram e nada foi feito até ao momento a não ser a aquisição de alguns pequenos terrenos, sendo que, por um deles, foi paga a exorbitância de 14.500 contos o hectare por terreno agrícola; nas obras ainda sob a responsabilidade dos empreiteiros é a Câmara que procede a reparações; na promoção do concelho continuaram a usar métodos com quase 30 anos e já desadequados aos tempos actuais, insistindo na história da “trilogia de excelência”, mas onde, de excelência, só há o nome; o apoio á formação profissional a jovens e desempregados, nunca existiu; o apoio á indústria e comerciantes, ainda está para vir; a abertura de caminhos e construção de pontos de água para combate aos incêndios, desapareceu; a Biblioteca Municipal, está há dois anos á espera para abrir ao público; os planos de actividades da Câmara, Grandes Opções do Plano e os Orçamentos, são todos os anos cumpridos apenas a 50%; os consumos desregulados de combustíveis e comunicações, dispararam para números absurdos; os concursos para admissão de pessoal deixam fortes dúvidas na sua isenção; a fiscalização de algumas obras foi feita deficientemente originando prejuízos substanciais para o Município; a construção ilegal proliferou sem que se vislumbrasse uma actuação eficaz para acabar com tal flagelo; fora do pagamento da água, saneamento básico e recolha do lixo, estão centenas de edifícios, apesar do conhecimento do Presidente da Câmara, tendo ele mesmo uma ligação clandestina ao esgoto; as ruas da vila nunca estiveram tão maltratadas e sujas como hoje; dos espaços verdes da vila, apenas um terço tem acompanhamento e algum tratamento (veja-se a vergonha dos terrenos envolventes ao novo edifício da Câmara Municipal); o acordo absurdo que quer efectuar com os proprietários dos terrenos para a construção da Variante á Vila, onde irá trocar obras no valor de 2.000.000 de euros por cerca de 20.000 m2 de terrenos, vai lesar as finanças municipais; a zona da Lameira não foi arranjada e a Fonte Romântica retirada da Quinta do Coutinho, está ali abandonada á espera que as pedras vão sendo roubadas, como a pia da Lameira, que sabendo-se onde está e quem a tem, não a obriga a devolver; a arranjo prometido da Praça Magalhães Coutinho, do Bairro 1º de Maio e da Lameira, ficaram no esquecimento; o Auditório Municipal não foi sequer iniciado; falta de controlo nos na prestação de serviços á limpeza de fossas e colectores de saneamento, chegando mesmo a pagar facturas de trabalhos executados a um empreiteiro; a Habitação Social, desapareceu dos interesses do Município; o Conselho Municipal de Segurança não funciona; a Comissão de Protecção de Menores e Jovens em Risco, não funciona; o Banco de Voluntariado não funciona; etc, etc.
No meio de tudo isto, passados 4 anos e gasto cerca de 25.000.000 de euros (cinco milhões de contos), na minha opinião, o concelho de Penalva do Castelo, perdeu a oportunidade de se modernizar e de se preparar para combater a crise que se instalou. A maioria PSD/PP, não foi capaz de ir além do tratamento das coisas comezinhas e vulgares. Não conseguiu criar condições para fixar população apesar de passar a vida a clamar contra a interioridade. Não conseguiu abrir diálogo com os Poder Central de forma a desbloquear fundos estruturantes e obras da responsabilidade governamental que poderiam ajudar a revitalizar a economia do concelho.
As bandeiras apregoadas como vitórias foram, na totalidade, fogo sem chama: o Centro de Saúde, cujo processo de construção já tinha mais de 20 anos, foi uma gaffe imperdoável. Construído num terreno exíguo, não tem estacionamentos, nem para utentes nem para funcionários, e, a pequenez do terreno, não permitirá a sua ampliação no futuro. O Julgado de Paz, euforicamente apresentado como uma vitória pessoal, está moribundo porque até agora, não foi mexida uma palha, para que fosse possível a sua instalação. A Variante á vila, cujo protocolo foi assinado em 2005, está suspensa e não se vislumbra quando poderá arrancar. A entrada da Câmara de Penalva no Matadouro Regional, foi um fiasco que caminha para a falência e extinção comprejuízo do capital investido pelo município.
Foram 4 anos com uma equipe ao leme, que nunca conseguiu apresentar uma estratégia coerente de desenvolvimento, nunca mostrou ambição e nunca foi inovadora. Foi um tempo perdido que deixa o concelho em dificuldades para os embates do futuro.
Enfim, chegado ao final deste mandato, resta-me a consolação de ter apresentado uma série de propostas que poderiam ajudar a melhorar o bem-estar e a qualidade de vida das nossas populações, mas que, por miopia política, sempre foram recusadas. Resta-me também a consolação de, ter impedido que mais irregularidades e ilegalidades fossem cometidas, e de, em defesa dos munícipes e dos interesses do concelho, ter denunciado á IAGAL e ao Ministério Público o abuso na utilização de dinheiros públicos, a atribuição de subsídios ilegais ao Presidente e Vereadores, o proteccionismo dado a determinados empreiteiros sempre em prejuízo do município, os pagamentos feitos por obras não efectuadas e uma série de outras ilegalidades que espero ver julgadas e sancionadas brevemente.
Procurei cumprir a minha obrigação com dignidade e respeito pelos eleitores, mesmo remando contra a maioria PSD/PP. Saio com a consciência tranquila do dever cumprido e de ter dignificado o lugar que ocupei.
Resta-me agradecer aos funcionários do Município o apoio e a consideração que tiveram comigo ao longo deste mandato, e deixar aqui, por uma questão de Justiça, a afirmação de que o Vereador António Baptista, não beneficiou, pessoalmente, de qualquer subsídio ilegal nem foi objecto de qualquer queixa ao IGAL ou ao Ministério Público.

Etiquetas: , ,


2009/09/16

 

Os incógnitos do costume

Com o aproximar do fim do mandato e em plena "guerra" das autárquicas, tenho recebido inúmeros comentários anónimos com opiniões sobre os candidatos e, sobretudo, insultando-me, porque denunciei às autoridades coisas que, na boca destes senhores, devia ter calado. Todos se consideram os "verdadeiros penalvenses".
Mais cego do que quem não vê, é quem não quer ver.
Para esses que perdem tempo com comentários inúteis, aconselho-os a ler e reler as queixas que apresentei á IGAL e ao Ministério Público. Assim, podem aproveitar melhor o tempo.

Etiquetas: , , , , ,


2009/09/08

 

As obras na vila

Durante anos, na Avenida Castendo, mesmo em frente á entrada para o páteo da GNR, esteve patente uma espécie de rego, originado pelo abatimento do terreno da vala das condutas das águas pluviais.
Durante três anos, alertei o Presidente da Câmara para o perigo que representava para o trânsito automóvel e para a necessidade de mandar reparar esta anomalia. A entidade responsável pela reparação, é ainda o empreiteiro, MONTALVIA SA, o mesmo que anda a construir os arruamentos na Rua D. Manuel I, Fernando Barbosa, dos Correios, Luís de Camões, Prfessor Tiago e 25 de Abril.
Uma vez que a obra se encontra ainda dentro do Prazo de Garantia e ainda não houve a Recepção Definitiva, competia ao empreiteiro esta reparação.
Hoje, para grande espanto meu, andava o pessoal da Câmara, pago por todos nós, a fazer um trabalho que competia a quem ganhou dinheiro com as obras e a quem tem a obrigação legal de proceder ás reparações.
Como é? Então o responsável já não assume as responsabilidades e somos todos a pagar os defeitos que outros deixaram na obra?
As obras na vila começam a criar situações caricatas: alargam-se os prazos por motivos que correspondem á realidade; suspendem-se trabalhos por não se tratarem das autorizações a tempo junto de outras entidades; fazem-se trabalhos que competem a outros; as obras não cumprem a Lei das Acessibilidades; não estão feitas de acordo com os projectos, etc.
Já todos percebemos que, no período de eleições, não pode haver obras na vila, porque deste modo, não se fala delas e as críticas ficarão para outra altura.
Já agora, será que as pessoas de Penalva do Castelo não merecem que a Avenida Castendo tenha passadeiras para evitar que se atravesse a rua sobre os jardins?

2009/09/03

 

Resposta a duas questões

Tenho recebido alguns comentário solicitando a minha opinião sobre o abandono da Pré Primária das instalações das antigas escolas primárias e a sua integração na nova escola do agrupamento, a conhecida Escola Amarela.
O que eu sei, é que o Presidente da Câmara, numa reunião do Executivo, que houve aqui há dois ou três meses, deu a conhecer que a DREN, não achava que as actuais instalações tivessem as condições necessárias ao bom funcionamento da Pré Primária. Informou, ainda, que seria necessário ampliar as instalações para criar as condições exigidas, no que teria a ver -se bem me recordo- com uma cozinha e refeitório.
Também me mete alguma impressão colocar os mais pequenos de todos, junto de miúdos mais crescidos, até porque as atenções que necessitam, são completamente diferentes.
A minha opinião, que manifestei então, é que devem continuar a ser utilizadas aquelas instalações, mesmo que isso exiga algumas obras. Mesmo que seja necessário ampliar a zona escolar para criar um recreio mais amplo, pode sempre agregar-se o terreno adjacente á escola, onde se encontra o antigo parque infantil.
Penso também, que a circunstância de querem mudar as escolas tem a ver com a necessidade de aí instalarem o Julgado de Paz. Na verdade, o tempo passa e nunca foi mexida uma palha para que as instalações que o Presidente da Câmara prometeu - os antigos Paços do Concelho - se aprontem.

Em relação ao USF - Unidade de Saúde Familiar, não conheço o caso e apenas sei o que li, o que, para emitir uma opinião, é muito pouco.

2009/09/02

 

Uma ajuda aos candidatos

REPITO UM POST JÁ PUBLICADO, NA CERTEZA QUE PODERÁ MELHORAR O PROGRAMA DOS CANDIDATOS Á CÂMARA NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS, SE TIVEREM A HUMULDADE DE RECONHECER QUE ESTA É UMA PROPOSTA QUE PODE AJUDAR A MUDAR O FUTURO DE PENALVA DO CASTELO.

Este Plano foi apresentado como uma proposta de trabalho, em Fevereiro deste ano e apenas foi votado favoravelmente por mim.


PLANO ESTRATÉGICO PARA UM DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO DE PENALVA DO CASTELO 2009/2013
As Grandes Opções do Plano para o ano de 2009, seguem o ritual dos últimos anos: são mais do mesmo. Isto é, obras e mais obras, sem que se vislumbre um fio condutor para um desenvolvimento sustentado e gerador da independência financeira do município e do crescimento real da economia local. Não corresponde ao que hoje se exige para o efectivo desenvolvimento de um concelho do interior nem são, neste momento, um instrumento adequado para combater a crise instalada. Falta-lhes o apoio á vertente humana, base de sucesso de qualquer plano e uma estratégia com objectivos a médio e longo prazo. Também entendo que todas obras referenciadas são necessárias, mas, aquela relação exaustiva não representa uma estratégia de desenvolvimento.
É óbvio, que o conceito de desenvolvimento que está subjacente a estas Grandes Opções do Plano (GOP’s) tem muito pouco a ver com a sustentabilidade que o futuro exige e os habitantes desta terra anseiam. O desenvolvimento defendido até agora tem a ver com crescimento e melhoria das condições de vida no plano das acessibilidades, fornecimento de água e tratamento de esgotos e não a ver com o melhoramento dos recursos familiares permanentes dos nossos munícipes, com a formação profissional qualificada, com a criação de empregos permanentes, com o pleno aproveitamento dos nossos recursos, com o bem estar social, com o apoio à criação de emprego, etc. Abrir estradas, fornecer água em condições ideais, tratar dos esgotos e criar Zonas Industriais são obras, que para além de cumprirem, em parte, a sua função social, não garantem que o concelho se auto-sustente, nem esgotam as necessidades actuais e futuras. São também, obras que para além dos gastos da sua construção, exigem custos elevados e permanentes na sua manutenção e assistência.
Nas GOP’s 2009 não se vislumbra qualquer tentativa para lançar investimentos públicos, que pela sua utilização permanente por parte dos nossos habitantes ou por quem nos visita, crie riqueza e se auto-sustente. Neste momento difícil que todos atravessamos, temos de olhar mais além e aprender com aqueles que, antes de nós, souberam dar a volta por cima e sair do marasmo instalado nos seus concelhos.
Criou-se, em alguns autarcas, a ideia de falar dos munícipes e pelos munícipes, mas, a verdade, é que nunca ou raramente os ouvem. Parece-me que um Plano tão importante como este, poderia, pela primeira vez, ter agregado as participações da população e das instituições que os representam, a todos níveis. Era uma experiência inovadora, hoje profusamente utilizada, e potenciadora de novos consensos no que concerne ao futuro de Penalva do Castelo. A própria Assembleia Municipal está impedida de participar na feitura de tão importante documento, podendo apenas, em sede própria, dar achegas, que podem ser tardias, e, aprovar ou recusar este documento.
Em 1996/7, com a colaboração da Universidade Católica, elaborou-se um “Levantamento Socio-económico do Concelho de Penalva do Castelo”, que permitiu identificar os constrangimentos e as potencialidades do Concelho. Com o início do QREN 2008-2013, um novo estudo era fundamental. Não foi feito e as GOP’s 2009, reflectem essa falta de consistência e de ousadia. A política do betão tem as suas oportunidades e as suas funções sociais mas são investimentos cujo retorno é quase sempre inexistente. Num concelho, onde as receitas geradas pela actividade dos serviços do município não cobrem nem metade das verbas para pagamento de salários e encargos com o pessoal, tudo o que seja aumentar os custos de funcionamento e manutenção, guia-nos para a inevitável agonia da desertificação.
Este novo quadro de ajudas comunitárias, deveria obrigar-nos a meditar sobre as nossas pretensões, sobre as possibilidades e oportunidades que se podem abrir, e, sobretudo, sobre o que é necessário alterar nas políticas concelhias para promover, para além das nossas fronteiras, Penalva do Castelo. Somos, como todos sabemos, um concelho de fracos recursos pelo que temos que aproveitar da melhor maneira o que ainda vamos tendo. O que quer que façamos tem de merecer a credibilidade por parte de todos nós e levar-nos remar num só sentido. Falar de “Trilogia de Excelência” já nos cansa pela falta de inovação no discurso e na forma como se promovem estes produtos: o Queijo da Serra, o Vinho do Dão e a Maçã do Bravo e Esmolfe. O modelo está ultrapassado e falta-lhe dinâmica, modernidade, dimensão e a estratégia.
A nossa Paisagem e o Património, outros temas nos discursos repetitivos e gastos, continuam a ser apresentados como dois dos motivos para uma visita ao nosso concelho. Só quem não sabe que é Paisagem e o que é Património o pode continuar a fazer. A primeira está completamente degradada com os incêndios que nos assolaram ao longo dos anos e com as dezenas, para não dizer centenas, de barracas agrícolas ilegais e sem qualidade construtiva que abundam pelas nossas encostas e vales. O segundo, o Património, tem sido relegado para o plano do esquecimento com afrontamentos constante e deliberados. Esperamos por um turismo que não vem e, se vier, raramente encontrará condições que nos orgulhem.
Entendo eu, que chegou a altura de arrumar a casa e as nossas intenções. Passada a fase da construção das infra-estruturas mais básicas, é tempo de colocar a fasquia num plano mais elevado. E tem de ser agora, porque as oportunidades não se repetem. O QREN, e outros apoios comunitários e nacionais, se os entender-mos como “As Últimas Oportunidades”, abrem todas as portas para nos apoiar, e, apenas deveremos identificar e lutar pelos objectivos comuns e conducentes a um desenvolvimento concertado e sério, que seja garante do nosso futuro.
A demografia do nosso concelho é bem explicativa do problema da desertificação: em 1910 havia cerca de 16.000 habitantes no concelho, hoje há pouco mais de 50% e, as projecções, apontam para cerca de 30% daquele valor no ano 2050, perto de 6.000 habitantes. Sendo certo que é um problema comum á quase generalidade dos concelhos do interior português, não deixa contudo, de ser uma fatalidade ultrapassável. E há exemplos disso em por toda a Europa, e, em Portugal, felizmente, que devem servir de guias e bandeira nesta caminhada para a fuga em frente. Temos é que identificar um alvo que nos dê garantias e criar um processo que nos leve a esse objectivo.
Sou, pois, a favor de que se inicie já a elaboração de um "Plano Estratégico do Município de Penalva do Castelo-2009-2013”, que, inclua e desenvolva um tema preferencial: Plano Estratégico do Turismo.
Por mim, e dadas as circunstâncias actuais da sociedade portuguesa, classifico o Turismo, na vertente Desportos para Jovens e da Terceira Idade, como campos a conquistar, pois, são aqueles que mais se adequarão às nossas possibilidades de resposta. Dir-me-ão que, de uma forma geral, este é um turismo descapitalizado. Nada mais falso. O Turismo Sénior movimenta milhões de pessoas numa idade em que os seus recursos estão estabilizados, e, o Turismo Radical é o que mais se ajusta aos nossos interesses dado que, os investimentos, de menor envergadura, são os que mais se ajustam às nossas capacidades financeiras.
As infra-estruturas existentes ou com possibilidade de recuperação e aproveitamento, bem como as circunstâncias morfológicas do nosso terreno, ajustam-se a estes dois tipos de turismo, independentemente de, um outro, de outra qualidade, se poder vir a desenvolver em paralelo. Aos exemplos que se seguem seria útil incluírem-se outros que melhorassem esta proposta, de forma a tornar mais atraente o produto que o concelho possa oferecer. Penalva do Castelo, ao apresentar um Plano Estratégico para o Turismo, tem de fazer reconhecer a sua diferenciação. Tem de ser uma estratégia global e integrada, respeitadora do ambiente, inovadora, recuperadora do património degradado, anti-stress, privilegiando o ar livre, disseminada no território, qualificada e de qualidade ajustada ao que se pretende: cativar gente de outros locais, promover Penalva do Castelo e proporcionar uma auto-sutentação do sistema.
Assim, identifico os produtos que, potencialmente, o concelho tem para oferecer, assinalando, de preferência aqueles o diferenciam dos demais. Os exemplos que vou dar são ideias, na minha óptica capazes de funcionar com poucos meios e com potencial para alterar a situação actual do concelho.
INOVAÇÃO
Hoje, o que marca um Turismo de sucesso é o factor Inovação no produto apresentado. Na verdade, as ofertas turísticas das regiões, aparecem por todo o lado e o que as distingue e faz vencer, nesta área tão competitiva, é o facto de apresentarem produtos comuns, de uma forma diferenciada e inovadora e gerarem a capacidade local de criar novos pólos de exploração do comum, numa forma mais visível e distinta do habitual. Quantas vezes, uma iniciativa inovadora, transforma e gera riqueza numa região, criando fluxos de turistas, que, lenta mas consolidadamente, transformam e enriquecem a comunidade local? Quantas vezes, o aproveitamento das condições naturais, da fauna e da flora, não ajudam e promovem gentes e locais desconhecidos do grande público? Os exemplos são muitos e gratificantes: o Fluviário de Mora, o Planetário de Santa Maria da Feira, o Zoo de Vila Nova de Gaia, a Reserva Natural do Cambarinho, etc.
Penalva do Castelo, deve seguir esta senda e explorar as enormes capacidades que a natureza lhe deu. Na minha opinião, todo o futuro desta terra assenta num Turismo vivo e sustentado, com base na diversidade das paisagens e dos produtos locais, promovendo acções junto duma clientela disponível, que é a que circula sob a denominação de Turismo Sénior, e, apostando na Juventude, cada vez mais interessada pelas novas práticas desportivas e cada vez com maior mobilidade, os praticantes do Turismo radical.
Numa análise mais cuidada, as infra-estruturas para a prática de qualquer das modalidades apresentadas, são de baixo custo ou já existentes. A revitalização das economias locais passa, muitas vezes, pela alteração de pequenos detalhes e pelo aproveitamento dos recursos disponíveis com meios económicos de baixo valor. No entanto, a diferenciação que pode catapultar o concelho de Penalva do Castelo para um patamar de desenvolvimento superior, passa, sobretudo, por uma mudança de mentalidade de quem tem poderes para decidir e investir, concertadamente, num plano feito a longo prazo e bem estruturado.
Entendo, que, num concelho onde os recursos financeiros são limitados e a Câmara Municipal é o maior investidor, deve ser ela a liderar, criando e suportando uma pequena mas activa e inteligente estrutura humana, que estude, projecte, avalie e decida com rapidez, sempre com a cobertura e o aval de uma política de desenvolvimento sustentado e exequível.
O que temos para oferecer?
Localização: Penalva do Castelo, no interior centro do país, cuja conotação geográfica mais conhecida é a de Beira Alta, a 9 quilómetros da A25, e, a meio do caminho entre a fronteira e o mar, permite-nos anunciar a “Genuinidade das Beiras”;
Ruralidade: profundamente rural, permite o apelo ao “Regresso às Origens”, e é hoje uma mais-valia importante para os citadinos;
Produtos endógenos: Ao Queijo da Serra, o Vinho do Dão e a Maçã do Bravo de Esmolfe, já bastante conhecidos, poderemos ainda acrescentar o Azeite, também um excelente produto local. É fundamental que se renove e inove a forma antiquada e desconexa que ainda formatam as Feiras do Queijo e da Maçã.
Rios e Terrenos acidentados: com 4 rios no concelho, Dão, Coja, Ludares e Carapito, passeando entre montes e vales, possuímos as condições ideais para o Turismo Radical e Turismo de Natureza.
Estes produtos, que eu considero potencialmente muito interessantes, permitirão, devidamente aproveitados, desviar a agulha para caminhos mais prometedores e criadores de riqueza. O interessante é que todo o investimento foi feito pela Mãe Natureza e, a nós, compete-nos orientar inteligentemente os recursos que nos colocam à disposição. Na verdade, com muito pouco investimento e utilizando os recursos humanos já existentes na Câmara Municipal, depois de devidamente qualificados, poderemos criar actividades sazonais e ajustadas ao nosso interesse que motivem os visitantes a experimentar e regressar para novas actividades. Vou dar exemplos de algumas que rapidamente poderão ser colocadas em actividade.

TURISMO RADICAL
Este tipo de Turismo, virado essencialmente para a juventude, pode ajudar a criar sinergias que vão desde o aproveitamento de zonas hoje improdutivas, como sejam as áreas de floresta ardidas, até á criação de infra-estruturas da área da hotelaria. A construção de um Parque de Campismo, aliás com estudo/localização feito em. 1994/5, será fundamental para criar e abrirem os caminhos á prática destes desportos.
Desportos radicais e de Ar Livre
Descida Mista do Rio Dão, englobando várias práticas desportivas, entre as quais, a corrida, a natação, a canoagem e o ciclismo, por exemplo;
Pistas de Ciclo e Motocross nas Serras de Esmolfe e Real, aproveitando os terrenos baldios, administrados pelas Juntas de Freguesia ou Assembleias de Compartes;
Pista de Skate e Patins na Lameira, aproveitando facto de ser um local aprazível, dentro da vila de Penalva do Castelo e com espaço suficiente para a prática destes desportos;
Parapente na Serra de Real ou na de Esmolfe, nas encostas viradas para o Rio Dão;
Descida em Rapel, por cabo de aço, desde o Morro do Castelo até ao Rio Dão.
Provas de orientação
Paredes de escalada
As Associações e Federações dos desportos aqui referidos, par além de serem uma óptima fonte de informação, deverão, se possível, ser parceiras neste empreendimento.

DESPORTO SÉNIOR
É cada vez mais visível a prática de desportos ligeiros, ligados á manutenção física e prevenção de doenças nos idosos:
Desporto Ambiental
Criação de percursos pedonais, aproveitando o curso dos rios e serras, bem como a realização anual, no tempo devido, dos percursos do caminho de Santiago, das Vindimas, da Maçã do Bravo de Esmolfe e do Queijo da Serra. Desta forma, promovem-se os produtos e o concelho; · Circuitos de ciclismo ambiental para a terceira idade;
Concursos literários;
Torneios de Jogos de Salão;
Concursos de Pintura, etc.

TURISMO GASTRONÓMICO
Gastronomia
Realização de um concurso entre as donas de casa e os restaurantes para criação de novos pratos á base de Queijo e Maçã;
Apoio aos restaurantes na criação de uma imagem de qualidade e inovação;
Realização de visitas guiadas ao concelho, aproveitando as épocas de venda e comercialização dos produtos endógenos e, em consonância com os restaurantes, apresentar pratos originais á base dos nossos produtos locais;
Apoio aos restaurantes para a criação de ementas regionais com qualidade;
Apoio á formação profissional na área da restauração;
Marketing virado para a utilização de produtos locais;
Apoio Técnico á montagem e decoração dos restaurantes.

TURISMO DE APROVEITAMENTO DO PATRIMÓNIO
Infra-estruturas turísticas
Requalificação urbana da Aldeia de Pindo de Baixo, como marco da construção tradicional beirã de carácter rural;
Aproveitamento das escolas abandonadas para o turismo rural: exploração de dormidas;
Escolas primárias abandonadas com utilização para pequenos restaurantes e salas de provas de produtos locais;
Recuperação dos Moinhos de Rio;
Recuperação das Escolas Primárias abandonadas para venda de períodos de ocupação em Regime do tipo Time-sharing;
Construção de um Parque de Campismo.
Assim sendo, até porque esta proposta ficaria oca se não apresentasse projectos inovadores e outros capazes de ajudar a virar a página do desenvolvimento desta terra, compete-me dar duas ou três sugestões, que considero válidas e de possível concretização:
Parque Natural da Mata da Senhora de Lurdes, aproveitando as magníficas condições que possui ao nível florestal e de proximidade do Rio Coja;
Parque Ornitológico, complemento natural do Parque Natural da Mata da Senhora de Lurdes;
Borboletário, caso único em Portugal, inovador a nível nacional, fortemente potenciador de receitas e gerador de milhares de visitas ao concelho;
Criação da marca PENALVA, agregada a todo o tipo de actividade turística, funcionando como distintivo da qualidade no que concerne a: Natureza, Biodiversidade, Desporto, Património e Ambiente.

Feito e apresentado PLANO ESTRATÉGICO PARA UM DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO DE PENALVA DO CASTELO 2009/2013, que carece de ser apreciado, desenvolvido e implementado, resta-me submetê-lo á apreciação da Câmara Municipal, na esperança de que possa ser útil a esta terra que todos amamos.
O Vereador
Gabriel A. Costa

Etiquetas: ,


 

Avaliação do Agrupamento de Escolas

O endereço que se segue, é o local onde pode tomar conhecimento da Avaliação Externa ao Agrupamento de Escolas de Penalva do Castelo, que corresponde á actual Escola Amarela.
A consulta será muito útil aos Encarregados de Educação.

http://www.ige.min-edu.pt/upload/AEE_2008_DRC/AEE_08_Agr_Penalva_do_Castelo_R.pdf

PS:
Um amigo, oportunamente, indicou.me também este endereço:

http://www.ige.min-edu.pt/upload/AEE_2009_DRC/AEE_09_EB2+3+S_Penalva_Castelo

This page is powered by Blogger. Isn't yours?