2006/04/23

 

Resposta a um anónimo

Excepcionalmente, vou responder a um anónimo que, sobre essa capa, esconde a cara e o nome, para tentar lançar sobre mim uma série de dúvidas e calúnias, num comentário ao meu texto anterior. Fez o mesmo tipo de insinuações no www.penalvasempre.blogspot.com, com a concordância do autor. A cobardia do anonimato deu-lhe coragem.
Vou tratá-lo por Sr. A., utilizando o Sr. por respeito a quem me lê.
1 - O Sr. A. "acha" que eu fui Presidente da Câmara. Pois não "ache", porque fui mesmo! Se calhar numa altura em que ainda andava de cueiros.
2 - É verdade que tive um adjunto, o Dr. Paulo Monteiro (1995/1999), para apoiar todo o executivo. Mas nunca houve secretários, nem para mim nem para os vereadores. Era licenciado em História, fez um excelente trabalho e publicou trabalhos sobre a história do concelho, que lhe aconselho a ler, se souber, porque escrever, já demonstrou que não sabe. Mostrou ser tão penalvense como os melhores. Para completar a informação, dir-lhe-ei que foi seleccionado, por mim, pelo seu curriculum e não por cunhas, dado que nem sequer o conhecia.
3 – O Sr. A. é dos que pensa que a Câmara deve abrigar todos os necessitados de emprego, da mesma forma que a Santa Casa da Misericórdia abriga os desvalidos. A Câmara não existe para criar postos de trabalho, mas sim, para proporcionar condições para que isso aconteça. Construir estradas, fazer redes de água e esgotos, criar habitação social, melhorar os serviços de apoio à terceira idade, melhorar a rede escolar, etc., é melhorar a qualidade de vida e lançar as bases para o aparecimento de investimentos privados, que, esses sim, vêm a criar postos de trabalho.
4 – Acusa-me o Sr. A. que utilizei, para a minha vida particular, suponho, carros da Câmara da Figueira da Foz. Esta é nova! Nem em campanha eleitoral fui acusado desta benesse. Na Figueira da Foz só passo férias quando posso, e nunca conduzi, entrei ou passeei num carro dessa autarquia.
5 - No último ano do meu mandato havia um vereador que morava em Viseu, o Dr. António Cabral, e deslocava-se numa viatura da câmara. Não havia segredo disso e era do conhecimento da Câmara e da Assembleia Municipal. Hoje há dois vereadores a morar em Viseu. Será que o Sr. A. já se preocupou em saber como se deslocam? Aproveito para o ajudar a melhorar o seu português: um veículo não “dorme”, estaciona-se.
6 - A relva do parque da Santana está lá e foi paga pela Câmara. A que foi colocada em minha casa também cá está e paguei-a do meu bolso. Desse facto dei conhecimento na Câmara e na Assembleia Municipal, por via de dúvidas e de pessoas como o Sr. A.
7 – Preocupa-se o Sr. A. com a cor da minha casa. A minha casa foi pintada de amarelo em 1996 e a escola a que se refere foi construída em 1998/99 e começou a laborar no ano escolar de 1999/2000.
8 – A única Família Albuquerque que conheço com destaque no concelho é a da Casa da Ínsua. Eu também sou Albuquerque e não me sinto destacado em coisa alguma. Gostava de saber de que família é o Sr. A., para eu poder ver se também se destaca em qualquer coisa de útil para esta terra.
9 – Acusa-me de ter apoiado o futebol. Acuse-me também de ter apoiado a Banda, os Bombeiros, os Escuteiros, a Misericórdia e todas as associações do concelho. Muitas dessas associações ajudei-as a criar e ainda sou sócio delas. Se calhar, o Sr. A., é um daqueles que todos os domingos perdem as estribeiras e têm o comportamento típico dos fanáticos, que todos conhecemos.
10 - O Centro de Saúde foi sempre uma obrigação do estado e não da Câmara, no entanto, digo-lhe que a luta por um novo Centro começou num dos meus mandatos, com a colaboração da Santa Casa da Misericórdia, que sempre pretendeu fazer daquelas instalações um Centro de Acamados. Se estivesse atento, já saberia a minha posição através da leitura de um texto neste blog.
11 - O Sr. A. descobriu a pólvora: no meu tempo, "as piscinas não existiam". Pois não! Mas a compra do terreno para elas e o projecto inicial são do meu tempo. Como foi do Lar da Terceira Idade, da Escola C+S, da Escola EBI, da GNR, da Casa da Banda, da Câmara nova, do Campo da Santa Ana, das Habitações Sociais, da Ampliação do Cemitério, das habitações na Rua D. Manuel I, do Mercado Municipal, etc.
12 – O Sr. A. está preocupado porque não viu a variante. Não a viu nem me parece que vá vê-la tão depressa, infelizmente. O traçado original, definido no meu tempo (1984), foi alterado por o actual Presidente, após ter deixado construir uma casa no eixo rodoviário da mesma. Depois de ter um traçado definido aprovado no PDM (1997), resolveu (2002) alterará-lo de novo, estando neste momento em estudo 3 traçados possíveis, não passando, nenhum deles, nos mesmos locais.
13 – Em relação às dívidas da Câmara, está enganado. As dívidas não aumentaram no meu tempo: começaram no meu tempo, que é diferente. O primeiro empréstimo bancário contraído, foi para renovar a rede de águas das freguesias da Insua e Esmolfe e para construir os esgotos nestas duas freguesias. O Sr. A. não se lembra, mas, em 1985, começou a funcionar a rede de esgotos em Penalva do Castelo, porque o que existia eram fossas sépticas em toda a vila.
14 – Preocupa-se o Sr. A., com um funcionário chamado Joaquim. Deixe-o em paz que não é para aqui chamado. Foi contratado pela Câmara, não pelo Presidente, e fez concurso como todos os outros para ser integrado nos quadros de pessoal. Se o Sr. A. se identificasse, poderia dizer-lhe se alguém da sua família me meteu cunhas para entrar também na Câmara.
15 – Quando tomei posse na Câmara em 1980, a vila tinha 3 horas de água por dia. Em Julho desse ano resolvi o problema com os meios e as finanças disponíveis naquela altura a partir da fonte do Outeiro e mais tarde (1985) com a captação no Rio Dão. A água nunca faltou nas torneiras no meu tempo de Presidente.
16 – O Sr. A. diz que não viu a barragem dos Cantos. Nem eu! Mas também me parece que continua e continuará a não a ver. Só uma pessoa mal informada é que pensa que se fazem barragens como fazem fontanários.
17 - Preocupa-se com a Feira do Queijo. Acho que faz bem! Mas se se tivesse identificado, era capaz de me lembrar de o ter visto a si ou alguém próximo de si, a comer queijo na feira. Fui realmente eu quem criou a Feira do Queijo da Serra da Estrela, como criei a Feira da Maçã do Bravo de Esmolfe e muitas mais coisas que ignora. Dir-lhe-ei também que na minha opinião, já se devia ter alterado o funcionamento da mesma porque, aquele modelo, está esgotado. Neste meu blog pode ler - mas leia devagar para perceber - o que penso sobre as feiras do queijo na actualidade. O Sr. está, mais uma vez, desatento!
18 – Efectivamente, em Agosto de 1994, comprei para o serviço do município, uma viatura da marca ROVER. A prova de que fiz uma óptima escolha é o facto de ainda hoje ser usado pelo actual Presidente da Câmara, que previu a sua troca para este ano, e tem orçamentado 50.000 euros para o efeito. Aproveito para lhe dizer, que em 1980, quando assumi funções pela primeira vez, a viatura de serviço à Presidência era a minha viatura pessoal.
19 – Acha o Sr. A. que ser Presidente da Câmara é um tacho. Engana-se. Poderá ser para alguns. Para mim nunca foi. É um lugar que, levado a sério, como sempre levei, dá mais trabalho e tem mais responsabilidade do que imagina. Para isso, dei cara e fui eleito. Mas, duvido que saiba o que é ser-se eleito para qualquer coisa a não ser para a Associação de Estudantes, debaixo da sigla de um partido político (também).
20 – Ao contrário do que o Sr. A. pensa, a EMBEIRAL ganhou as obras, que fez em todo o concelho, sempre em concursos públicos ou em concursos limitados onde eram convidadas, no mínimo mais 5 (cinco) empresas. Todos eles! Se tem dúvidas consulte os processos na Câmara, porque tem direito a isso.
21 – Quem é que lhe disse, que nos anos em que fui Presidente, Penalva era o 5º concelho mais pobre do país? Onde leu isso? Descobriu mais uma vez a pólvora. O Sr. A. ouve muito e mal, e lê pouco.
22 – Porque é que acha que eu tenho que lhe explicar as minhas opções políticas? As suas já eu sei quais são.
23- Insinua o Sr. A. que a compra da garagem da Berrelhas, para o Mercado Municipal, foi um mau negócio. Apenas tenho que lhe dizer, que, a exemplo da compra da Cabral e da Vinha da Santana, à Casa da Ínsua e da compra da Quinta do Coutinho, à Casa Magalhães Coutinho, estes negócios, apenas foram feitos após uma comissão da Assembleia Municipal, nomeada para o efeito, ter avaliado e autorizado a compra. No meu tempo, para se comprarem terrenos de valores elevados, a Câmara pedia à Assembleia Municipal que nomeasse uma comissão, com gente dos partidos ali representados, que após os primeiros contactos por parte da Câmara, acompanhava o negócio e acertava os valores com os proprietários, ao contrário do que acontece agora.
24 – Preocupa-se o Sr. A. com a estética do novo edifício da Câmara Municipal. Tenho de lhe dizer que a estética é uma coisa pessoal. Tão pessoal, que se tudo fosse feito da mesma maneira e com os mesmos códigos era tudo igual às Pirâmides do Egipto. O que tem estética para si, pode não ser estético para mim. Acha que o Centro Cultural de Belém tem uma arquitectura igual ou parecida com a do Mosteiro dos Jerónimos? E no entanto, estão um ao pé do outro.
25 – Não sei a que lotes se refere, mas se é de lotes para habitação, deixe-me dizer-lhe que em 1983/4, foram vendidos, em terrenos adquiridos pela Câmara, mais de vinte lotes de terrenos a jovens naturais de Penalva, no centro da vila, a preços muito baixos, com projecto incluído, para poderem fazer as suas casas e evitar a aquisição de terrenos a custos elevados. Ou, pior ainda, irem comprar a sua habitação noutros lados porque a oferta em Penalva era escassa. Se calhar o Sr. A., ou algum dos seus familiares, também beneficiaram disso.
26 – Quer o Sr. A. falar de saneamentos. A resposta é simples: mais de 70% das aldeias do concelho tiveram saneamento comigo na câmara, em obras que se prolongaram por vários anos e que ainda hoje continuam
Como vê, respondi-lhe a tudo e muito ficou por dizer.
A minha vida tem sido ao longo dos últimos 27 anos, a mais conhecida e discutida deste concelho. De 4 em 4 anos, com excepção de 2001, tenho-me sujeitado, a que, tudo o que fiz ou que faço, seja discutido publicamente. Todos pretendem saber mais da minha vida, do que eu. Quem se mete nestas coisa sujeita-se a isto: dá cara, mostra o que vale e assume o que faz. O Sr. A., até para fazer meia dúzia de perguntas escondeu o nome. Porquê?
Concordo que deve aparecer gente nova para estes lugares. Não acredito é que o Sr. A. seja um dos eleitos, porque não lhe irá ser possível esconder-se sob a capa do anonimato.
Esta é a conversa final sobre este assunto e será, uma vez sem exemplo, a única vez que respondo a quem pretende colocar o meu nome sob suspeita.
Está claro que o que se pretende é óbvio: criar diversões para aliviar as críticas que estão a ser feitas ao actual Presidente da Câmara. Reconhece-se a linguagem e a origem destes ataques. Pela minha parte, as críticas que faço ao executivo - da qual aliás faço parte, em minoria e sem poder para alterar o que os vereadores do PSD decidem - exponho-as aqui, neste espaço que criei para uma discussão séria e com o propósito de esclarecer os munícipes, dentro das minhas possibilidades. Os ataques têm, pois a função de desviar as atenções. Podem desviar as atenções de muita gente. A minha, não me desviam eles.
Passe bem Sr. A.

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